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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

"NOVA PERDIZES": NOVOS EMPREENDIMENTOS, VELHOS PROBLEMAS.

Imagens:dreamstime

Construtoras planejam 20 novos prédios na Barra Funda e bairros vizinhos. Moradores estão preocupados e reclamam da falta de investimentos em infraestrutura.

Pegando carona no prestígio de bairros nobres, o mercado imobiliário batizou de “Nova Perdizes” e “Nova Pacaembu” parte dos vizinhos Água Branca, Barra Funda, Pompeia e Santa Cecília. Com o fim da crise econômica, essa região da zona oeste voltou a ser alvo de lançamentos - há pelo menos 20 prédios em projeto ou construção -, mas seus moradores continuam convivendo com velhos problemas, como o trânsito caótico e alagamentos constantes.
As torres valorizam os bairros. “Há situações bem claras em que ocorre um empréstimo da valorização de um bairro vizinho, mais nobre. Esse é o caso de Perdizes, que cresceu em função de Higienópolis e Pacaembu”, afirma Luiz Paulo Pompeia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio. Ao mesmo tempo, porém, as construções levam mais pessoas e carros para o local, o que contribui para saturar os sistemas de transporte e de drenagem, já no limite da capacidade.
Na “Nova Perdizes”, os dois maiores lançamentos terão quase 2 mil vagas de garagem, o que aumentará o fluxo de veículos em uma das avenidas mais congestionadas da capital, a Francisco Matarazzo. Em horários de pico, chega-se a levar 40 minutos para atravessar os 2,5 quilômetros da via, que liga o Minhocão à Lapa.
O maior lançamento da área, o Condomínio Casa das Caldeiras, fica no ponto mais crítico, a esquina com o Viaduto Pompeia, que concentra o fluxo de carros e alagamentos nos dias de chuva. Ontem, a região ficou debaixo d’água novamente. Em um raio de 500 metros dali, há dois shoppings, o estádio do Palmeiras, uma unidade do Sesc, um supermercado, uma concessionária de automóveis e um posto de gasolina.
“Não basta estar ao lado da linha do trem e do metrô, é preciso ter acesso fácil e seguro, senão as pessoas serão obrigadas a usar o transporte individual, carregando ainda mais o trânsito”, afirma o consultor de trânsito Horácio Figueira. Segundo ele, o fato de ser um condomínio de alto padrão contribui para piorar os congestionamentos. “É um empreendimento para pessoas de renda alta. Poucos vão usar transporte coletivo.”
A Helbor, responsável pela obra, afirma que o projeto vai “transformar” a região. Segundo a incorporadora, o condomínio será acessado por duas ruas laterais - embaixo do viaduto e a extensão da Av. Auro Soares de Moura Andrade - construídas em terreno cedido pela empresa à Prefeitura. Com relação às enchentes, afirma que todos os estudos e medidas foram tomadas para evitá-las.
“Esse é um projeto grandioso, que transforma o local”, diz Marcelo Bonanata, diretor de vendas da Helbor. “Pessoas que não conseguem pagar por Perdizes e querem morar num lugar melhor acabam sendo atraídas.” Um apartamento deverá custar R$ 1 milhão.
Moradores, porém, dizem que os empreendimento são erguidos sem que haja investimento em infraestrutura. Há, inclusive, verba para isso, mas a Prefeitura tem tocado as obras a passos lentos (leia abaixo). “Estamos sofrendo reflexos dessas megaconstruções e convivendo cada vez mais com congestionamentos e alagamentos”, fala o presidente da Associação Amigos de Bairro da Barra Funda, Edvaldo Godoy. Ele ressalta que, além dos moradores, aqueles que precisam usar os serviços dos bairros ou passar por suas ruas também são afetados.
Outra via prejudicada é a Marquês de São Vicente. “Ela vai deixar de ser uma opção à Tietê”, diz Godoy. “As pessoas quando compram um apartamento veem aquele pacote bonito, mas vão ter que enfrentar esses transtornos.”






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