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O governo está lutando para destravar o principal programa social de sua pré-candidata à Presidência, a ministra Dilma Rousseff. Levantamento feito pelo iG aponta que o percentual de famílias com renda de até três salários mínimos contempladas pelo Minha Casa, Minha Vida está abaixo da metade do planejado em grandes regiões metropolitanas do Brasil.
“Temos uma baixa execução ainda em Salvador, pois o preço dos terrenos é alto”, justifica Liana Viveiros, superintendente de Habitação do governo do Estado da Bahia. Este é um caso curioso dentro do mapa do programa. Enquanto o Estado teve uma procura de 86 mil famílias para as 32 mil casas oferecidas, a capital convive com apenas 4,3 mil contratos fechados dentro da meta de 14 mil, cerca de 30%.
Em Fortaleza a situação é ainda pior. Dos 20,6 mil empreendimentos que seriam colocados à disposição, apenas 1,3 mil foram contratados de fato até o momento. Isso significa que pouco mais de 6% das famílias que recebem até R$ 1,4 mil podem sonhar com a casa própria anunciada pelo governo federal.
Falta de espaço
A situação nas grandes metrópoles está quase no limite. Por conta da valorização dos terrenos, o governo do Estado de São Paulo calcula que o preço médio de um empreendimento popular na capital custe entre R$ 80 mil e R$ 90 mil. O limite de financiamento estipulado pelo programa, no entanto, é de R$ 52 mil. No Estado, o percentual de famílias atendidas é de 47%, enquanto na capital 48% dos inscritos no programa puderam enviaram suas propostas à Caixa Econômica Federal.
“Não temos tempo hábil para procurar mais terrenos”, afirma Lair Krähenbühl, secretário de Habitação de São Paulo. “Na região metropolitana existem muitos terrenos, mas é raro encontrar locais que tenham infraestrutura adequada.”
Esses terrenos, que contam com água, esgoto, eletricidade, telefonia e ruas pavimentadas, são extremamente disputados pelas construtoras. Como podem representar a metade do custo das moradias, as empresas acabam por preferir destinar essas áreas para seus empreendimentos que dão retorno financeiro maior - o que não é o caso do Minha Casa, Minha Vida.
Financiamento
O governo federal já sabe dessa situação. Procurado pelo iG, o ministro Márcio Fortes, das Cidades, descartou a falta de terrenos. “Não é que não tenha terreno, mas realmente falta um arcabouço melhor para abrigar essas famílias”, disse Fortes.
O ministro também afirmou que desde novembro do ano passado o Banco Nacional de Desenvolvimento Economia e Social (BNDES) liberou uma linha de crédito especial de R$ 5 bilhões para que as construtoras possam investir na infraestrutura dos locais atendidos pelo Minha Casa, Minha Vida. O problema é que, pelo rito normal, esse dinheiro leva em média cinco meses para começar a aparecer nos canteiros de obras.
Fonte: ultimosegundo
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