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sábado, 19 de novembro de 2011

QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA > BRASIL X CHINA.

Bolha imobiliária chinesa começa a murchar.

Vendas caem tão rapidamente que corretoras do país inteiro dispensam milhares de funcionários, enquanto o governo força a redução dos preços das casas.

O boom imobiliário em escala nacional na China ficou tão frenético no ano passado que muitos futuros compradores montaram acampamento nas calçadas de Sanya, cidade de uma ilha tropical, para estar na linha de frente quando alguns condomínios fossem colocados à venda _ os quais ainda nem haviam sido construídos.
Porém, o mercado imobiliário esfriou tão rapidamente que as barracas sumiram e foram substituídas por faixas de seis metros nas sacadas com os telefones de especuladores desesperados para vender. Aumentaram os anúncios na internet de apartamentos inacabados com descontos de 28% sobre o preço que as incorporadoras cobravam há poucos meses.
"Ano passado, quando as coisas estavam boas, mais de cem pessoas por dia entravam em nosso escritório", disse David Zhang, diretor de vendas da Honor-Link Investment Consultant Co., uma corretora imobiliária. "Agora, entram três ou quatro por dia, e ninguém está comprando."

Uma das últimas bolhas imobiliárias remanescentes do mundo finalmente parece estar murchando. As transações imobiliárias caíram tão rapidamente que, nas últimas semanas, corretoras do país inteiro dispensaram milhares de corretores e fecharam centenas de escritórios.
A imprensa noticiou pelo menos cinco manifestações nas ruas de Xangai desde 22 de outubro, quando os primeiros compradores dos condomínios protestaram contra os descontos oferecidos aos compradores mais recentes, chegando a invadir escritórios de vendas e a destruir maquetes dos edifícios e apartamentos.
Um manifestante de 32 anos disse que ele e a esposa pagaram US$ 173 mil em janeiro por um apartamento de 79 metros quadrados num prédio nos arredores de Xangai. Mais tarde, porém, a construtora cortou o preço das unidades remanescentes no prédio para US$ 124 mil, arrasando o valor de revenda.
Para piorar ainda mais as coisas, o prédio só deve ficar pronto em maio.
A hipoteca do casal é quase igual ao novo valor estabelecido pela construtora, ou seja, eles perderam todo o valor líquido do bem. E o casal está pagando US$ 630 mensais com uma renda familiar de US$ 1.100.
"O governo devia prestar atenção em gente como nós e nos ajudar, por exemplo, cortando os juros", disse o manifestante durante entrevista. Ele disse apenas o sobrenome, Sheng, pois, de acordo com o entrevistado, quem participou das manifestações recebeu telefonemas ameaçadores insistindo para que parassem de protestar.
O governo chinês está reduzindo deliberadamente os preços dos imóveis para melhorar a acessibilidade financeira às casas e impedir que a bolha imobiliária fique ainda pior. O primeiro-ministro, Wen Jiabao, afirmou recentemente que o governo não tinha intenção de mudar de rumo.  "Gostaríamos de salientar que não existe possibilidade de afrouxarmos as políticas imobiliárias _ nosso alvo é fazer o preço das propriedades cair a um nível razoável."
O governo aumentou os juros e estabeleceu limites aos empréstimos bancários, planejando deliberadamente um arrocho no crédito com o intuito de reduzir a inflação e dificultar que especuladores tomassem dinheiro emprestado. O governo também limitou o número de hipotecas por indivíduo, elevou o valor da entrada para 40 por cento do imóvel, para proteger o sistema bancário de perdas, e começou a testar impostos imobiliários em cidades como Chongqing.
Os governos locais e provinciais tomaram outras medidas. O governo da província da ilha de Hainan congelou as vendas para compradores de outras províncias desde o segundo trimestre, exigindo que comprovem terem pagado imposto de renda no ano passado ou a versão chinesa da Previdência Social; a evasão desses impostos é disseminada.

Um sinal claro do enfraquecimento do mercado imobiliário vem do China Real Estate Index System, pesquisa semanal feita pela empresa privada SouFun Group, em Pequim. Segundo os dados, o número de negócios caiu mais de 50 por cento em seis das 35 cidades pesquisadas na primeira semana de novembro, em comparação com igual período do ano anterior; no geral, o número de transações caiu em 28 dessas cidades.
Diversos índices governamentais e privados praticamente não mostram mudança nos preços informados do minguante número de transações. Entretanto, dados de preços imobiliários são notoriamente difíceis de coletar na China, e corretores de algumas das maiores cidades afirmam que já estão acontecendo quedas bruscas.
A Geland Real Estate Co., de Pequim, fechou um quinto de seus quase 250 escritórios neste ano. "O negócio não está bom", declarou Yan Bingie, diretor de marketing da empresa. "Não vislumbro recuperação rápida no horizonte."
A Centaline Property Agency, grande corretora asiática com sede em Hong Kong, fechou temporariamente 60 de seus 385 escritórios em Shenzhen, metrópole com 13 milhões de habitantes, e dispensou mil de seus oito mil funcionários naquela cidade.
"Para as vendas primárias de novas unidades, as construtoras reduziram o valor pedido em 15% a 20%", disse Andy Lee, diretor de operações da companhia em Shenzhen. De acordo com ele, "são cortes reais" sobre preços que os compradores pagariam até pouco tempo atrás. "No mercado secundário, vemos os proprietários dispostos a reduzir o valor de 10% a 15%."

O mercado imobiliário costuma ser volátil em Sanya porque esta cidade de 500 mil habitantes é o centro de uma emergente indústria de turismo doméstico. Os preços subiram durante a década de 1990 até a crise financeira asiática de 1997 e 98, caindo cerca de 80 por cento até 2004, quando se elevaram mais de dez vezes e atingiram o pico em meados do ano, quando o metro quadrado passou dos US$ 3.240.
Numa recente nota de pesquisa, economistas da Barclays Capital sugeriram que o governo chinês pode começar a inverter as últimas políticas se a redução nos preços dos imóveis chegar a 20%. Segundo eles, a queda poderia atingir os 30% porque o mercado, a princípio, manteria o impulso para baixo. Porém, os economistas sugerem que uma queda geral de 10% parece mais provável.
O mistério é saber que efeito o arrocho no setor imobiliário terá na economia como um todo. Entradas de 20% a 40% em hipotecas são viáveis por causa da alta taxa de poupança chinesa. Segundo financistas e incorporadoras experientes, isso pode significar que os bancos tenham menor probabilidade de sofrer as grandes perdas com hipotecas residenciais que as instituições ocidentais experimentaram nos últimos anos. Todavia, eles afirmaram que os bancos menores têm uma exposição substancial às incorporadoras.
Só que a retração imobiliária apenas começou, disse Zhang, acrescentando que "o inverno está chegando e não sabemos quem irá sobreviver".

Fonte: ig-economia



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