O alerta é da Abecip, entidade de financiamento imobiliário, que cresceu 76% e atingiu um volume de R$ 23,8 bilhões no 1º semestre.
O saldo da poupança pode ser insuficiente a partir de 2013 para comportar a forte demanda por imóveis no Brasil, alertou nesta quinta-feira o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Luiz Antonio França, durante seminário do setor. A estimativa foi feita com base no descompasso entre a projeção de crescimento do crédito imobiliário e da captação da poupança. Para 2010, a estimativa é que os empréstimos habitacionais com recursos da poupança cresçam 50% e atinjam R$ 57 bilhões, ante uma expansão de 18% da poupança, informou França.
Apenas no primeiro semestre deste ano o volume de financiamentos habitacionais com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiu R$ 23,8 bilhões, um aumento de 76% em relação aos empréstimos realizados no mesmo período do ano passado, de R$ 13,5 bilhões. Esses recursos foram utilizados para financiar 188 mil unidades.
Somados os recursos do FGTS, foram liberados R$ 34,7 bilhões para a habitação no primeiro semestre deste ano. O montante pode atingir R$ 76 bilhões até o final do ano, segundo a Abecip.
Fontes alternativas
Hoje a poupança dispõe de cerca de R$ 300 bilhões aplicados, mas se mantiver seu ritmo de captação, que somou R$ 30,4 bilhões em 2009, este montante não atenderá às necessidades de crédito imobiliário nos próximos anos. A projeção da Abecip é que os empréstimos para habitação atinjam R$ 520 bilhões em 2014.
A força do setor imobiliário e as limitações do saldo da caderneta de poupança mostram a necessidade de procurar fontes alternativas para financiar a aquisição de imóveis, disse França. "Hoje nós fazemos empréstimos de 30 anos a partir de recursos da poupança, que as pessoas podem retirar em 30 dias."
A alternativa, segundo ele, está no mercado de securitização, responsável pela conversão de ativos imobiliários em títulos financeiros, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
No Brasil, esses títulos respondem por apenas 2,3% do montante emprestado para a habitação, afirmou Fernando Brasileiro, presidente da Cibrasec, uma das líderes de securitização no país. A expectativa de Brasileiro é que sejam emitidos mais de R$ 6 bilhões em CRIs neste ano.
Fonte: iG-economia



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