Há muito tempo esta matéria é alvo de debate entre as Delegacias Regionais do CRECI, os grupos de trabalho, corretores, imobiliárias e os proprietários/vendedores. Os resultados mostram que não houve evolução, e se houve, foi percentualmente muito pequeno.
A mentalidade do proprietário/vendedor, é a de que quanto maior for o número de corretores/imobiliárias trabalhando o seu imóvel, as chances serão tão grandes quanto. Ledo engano. Obviamente que num universo de milhares de imóveis sendo oferecidos, algumas negociações fatalmente serão concretizadas. Alguns fatores são relevantes e devem ser colocados em pauta para ampla contenda. Para citar alguns: Que garantia tem o corretor de reaver o valor investido com placas, anúncios de jornais, combustível, certidões negativas de prefeituras, cartórios de protesto, civil e criminal, justiça federal e do trabalho? O custo fixo para um corretor de imóveis se manter não é pequeno. Eu me refiro, neste caso, especificamente àquele que trabalha como autônomo. Basicamente a sua carteira é composta por imóveis de terceiros, porque as construtoras optam pelas parcerias com as grandes imobiliárias, dando a estas exclusividade de vendas.
A ânsia por angariar mais e mais imóveis para a sua carteira, faz com que os corretores se sintam inibidos, deixando de propor ao proprietário/vendedor a exclusividade. O convencimento tem que ser obtido através de argumentos sólidos, inclusive estatísticos, mostra por exemplo que, o imóvel com aparência de outdoor, onde a fachada do imóvel fica escondida por placas e faixas, deixa transparecer a um possível interessado, que alguma coisa não está certa. Seria documentação com problemas?, não estaria ela condenada em sua estrutura? qual o motivo para tanto "desespero" em vendê-la? E o principal, mesmo que não se enquadre numa dessas hipóteses, é o efeito causado com a desvalorização do bem, onde o "efeito leilão" passa a ser constante, só que no sentido contrário, de quem dá menos.
Sòmente os corretores, com toda a sua experiência, perspicácia e profissionalismo, serão capazes de mudar este panorama. Se não houver um engajamento de todos, (a FENACI, as delegacias regionais do CRECI, os Sindicatos, as imobiliárias ), em promover campanhas pontuais de esclarecimento junto a sociedade, no sentido de tornar a Exclusividade uma prática comum, a situação persistirá e sem perspectiva de melhora.
Claudio de Souza


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